Muitas vezes me pego pensando no que aconteceu. Pode até ser um fato sem importância, mas tenho a mania de repassar várias vezes na cabeça, tentando entender e imaginando o que poderia ter sido diferente. Tenho um terrível efeito retardado, que me faz concluir depois o que eu deveria ter feito na hora, mas não faço.
O mesmo acontece com o futuro. Tentar prever o futuro é uma perda de tempo terrível. Além de uma probabilidade enorme de gerar frustração, sempre faz com que a realidade nunca consiga superar o que foi sonhado. Viver em sonho, coloca o objetivo de ser feliz em um local inalcançável. E ainda nos faz pensar que somos infelizes.
Aí, depois de algum tempo, olhamos para o passado com sabor de nostalgia e pensamos algo assim: mas como era bom aquele tempo!!
Por que o que está perto, acontecendo agora, não pode ser tão bom quanto o que já aconteceu ou aquilo que sonhamos que aconteça? Será que nos falta um diretor? Alguém que nos assopre as falas, as caras e as bocas? Alguém que não nos deixe perder o que está acontecendo naquela hora e que diga: viva isso agora!
Não sei… Mas o tempo que perdemos calculando tudo nos impede de viver cada momento.
E são eles: os momentos, as melhores coisas da vida! Um breve momento bom nos faz esquecer horas e horas de preocupação ou angústia.
O momento não pode ser medido em tempo, mas em intensidade. Quando lembramos de algo muito, mas muito legal que aconteceu, não calculamos quanto tempo durou, mas o sentimento de bem-estar que causou. Isso é o que fica.
Fomos acostumados a tomar decisões, escolher caminhos o tempo todo, como se isso fosse o suficiente para prever o resultado de tudo. Ou que nada pudesse acontecer fora da nossa previsão. Somos centralizadores e nos apropriamos de responsabilidades que não são nossas.
Talvez o grande desafio seja entender que não temos o leme nas mãos o tempo todo. Aceitar que, por mais que haja planejamento, algumas coisas simplesmente vão acontecer, independente da nossa vontade.
Exercício de fé na vida, por mais momentos de felicidade.
3 comentários:
É o grande desafio da vida: Aceitação. O que não significa que não devemos lutar pelo que queremos e, sim, não se martirizar por algo que não podemos mudar.E ser grato pelo que a vida nos traz. Valorizar o presente.
"deixa a vida me levar, vida leva eu"
Pagodinho, Zeca.
(hahaha)
Adorei teu texto, Katia!
Muito bom!!
"O momento não pode ser medido em tempo, mas em intensidade".
Nada é mais cultural do que trabalhar com a perspetiva passado, presente e futuro. A humanidade e os indivíduos sempre se constituiram assim. Ter a sabedoria de fazer a leitura dos acontecimentos imediatos exige esforço e mdisposição; não é nada fácil.
A felicidade, ao contrários do que muitos pensam, nao é uma busca e sim um encontro... e quando esse encontro acontece, nos tornamos plenos, vivemos a felicidade real.
Basta sentir e dizer a si mesmo: isso é a felicidade!!!
Lindo o teu texto minha linda.
Robson.
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