quinta-feira, 15 de maio de 2014

O Bom Exemplo

O dia das Mães sempre foi marcado para mim por aquelas figuras inalcançáveis, que aparecem no cinema, que nunca estão erradas, cansadas ou deseperadas. Mãe sempre tem respostas para tudo! São seres perfeitos e estão sempre sorrindo!
Por ter idealizado tanto essa figura, foi muito difícil achar a hora certa para me tornar uma…
A idade chegou, o casamento também e a vontade de ter um filho me invadiu. Mesmo não me sentindo pronta, eu queria muito e já amava a ideia de ter um filhotinho para cuidar e guiar os passos.
Depois dos exames de rotina veio o ok da médica para começarem as tentativas, já que depois dos 30 poderia demorar um pouco. Voltei ao consultório 15 dias depois com o teste de gravidez positivo! Foi muito rápido, não tive tempo de pensar e a sementinha já estava crescendo na minha barriga. Um amor absurdo, nunca antes sentido, muito maior do que o conceito que eu tinha de amor até então.
Pois esse amor foi o que me fez entender que, mesmo sendo atrapalhada, cheia de defeitos, muitas vezes errada, cansada e desesperada… mesmo assim, ainda poderia ser mãe, ser a base, a segurança e a referência de um ser humano, que aprenderia comigo todos os dias e eu com ele.  

Esse ano, antes do almoço de Dia das Mães, como todo bom brasileiro, passamos no Supermercado para comprar umas coisinhas que faltaram… O fato é que todas as pessoas da cidade pareciam ter tido a mesma ideia e, na hora de passar no caixa, não tinha como escapar da fila. O jeito foi deixar o marido ali e sair para caminhar com o filhote, que ficou admirado em frente à uma TV enorme em que passava um desenho colorido. Enquanto aguardávamos, um Senhor bem apresentado parou seu carrinho cheio de compras no caixa para eletrodomésticos e, ao ser avisado de que não poderia pagar por suas compras ali, mostrou documentos dando órdens para que a pessoa o atendesse mesmo assim. O gerente foi chamado, também recebeu o “carteiraço” e, mesmo constrangido, disse ao senhor o  que a menina do caixa já havia dito. O Senhor, ignorando o que as pessoas falavam, deixou seu carrinho ali e foi ao gerente geral, que acatou sua ordem e ainda escalou funcionários para irem auxiliando sua esposa a trazer ainda mais itens ao carrinho “estacionado” em frente ao caixa de eletrodomésticos.

Meu filho, alheio à tudo o que estava acontecendo, permanecia vendo seu desenho na TV. Mas eu fui tomada por um sentimento de repulsa. Ficar vendo uma equipe trazendo compras para aquele caixa, atendendo ordens de alguém que se acha mais importante do que todas as outras pessoas? Não… Esse tipo de postura é uma das coisas que mais repudio no mundo. Então decidi sair dali. Antes que eu pensasse em avisar todos que estavam nas filas, que o caixa de eletrodomésticos estava aberto para compras comuns... Peguei a mão do meu filho e saímos caminhando para encontrar o Papai dele, que estava aguardando sua vez numa fila quilométrica, como todos reles mortais que não possuem sobrenome importante.
Para minha surpresa, no nosso caminho estava o tal Senhor “importante”, em pé, de braços cruzados, contemplando a paisagem. Ele nos viu passar, sem ter ideia do que tínhamos testemunhado há alguns minutos. Sorriu para o Bernardo e esticou a mão na direção dele. Um gesto que muitas pessoas fazem com crianças. Mas aquilo foi demais, ultrapassou todos os meus limites de omissão. Resolvi sair de perto para não testemunhar o ato de egoísmo e a pessoa resolve fazer gracinha com o meu filho!!! Adeus, zona de conforto!! 

Me aproximei e falei: todos os dias eu educo o meu filho, para que ele nunca seja como o Senhor.

Talvez ele não tenha nem entendido a profundidade do que eu disse, já que fez uma cara de susto e saiu caminhando. Talvez hoje já nem lembre mais. Além disso, uma pessoa tão importante não muda conceitos profundos com uma frase de uma desconhecida. Ele pode ter tido uma família cheia de recursos financeiros, mas certamente não teve os bons exemplos que eu tive.
O fato é que eu entendi muita coisa. Pensei na sorte do Bernardo em não ter pais como os desse senhor. E tive a certeza de que estou pronta para ser a mãe do Bernardo. Não uma mãe perfeita, mas a mãe que ele tem… Alguém real, com seus defeitos e  muita vontade de ser uma pessoa melhor todos os dias, para que ele tenha sempre um bom exemplo a seguir.

domingo, 12 de janeiro de 2014

"(...) Admito que tenho inveja de quem sonha com casa de pé direito alto, carro do ano e roupas caras. Isso tudo parece tão palpável. O que eu quero talvez nem exista. Seria eu bem mais feliz se pudesse parcelar a paz em doze no cartão."
                                                                                     Diego Engenho Novo

terça-feira, 26 de novembro de 2013

O Olhar Sobre as Coisas

Em dias de alegria o sol brilha, os passarinhos cantam, as flores são coloridas e tem um perfume que traz lembranças da infância.
Em dias difíceis o sol torra os miolos, os passarinhos são barulhentos e as flores dão alergia. A mesma música clássica que acalma e eleva, que nos faz pensar em luz e sabedoria, essa mesma música usada para meditação, também pode causar uma irritabilidade quase insuportável, um barulho repetitivo que atrapalha os pensamentos. Como o próprio pica-pau quebrando a casa inteira para fazer parar o maldito tic-tac do relógio.
Muitas vezes, o barulho está mesmo é do lado de dentro.
Nossos sentidos são seletivos. Assim como quem planeja comprar um “AP”, só enxerga placas de “vende-se” nas janelas; quem planeja aumentar a família, só vê bebês; quem tem saudades, vê a pessoa em qualquer pedaço de gente pela rua … Na vida, tudo parece estar conectado por padrão vibratório.
Por esse motivo, as coisas acontecem em ciclos.
Uma onda de acontecimentos parecidos… tanto bons quanto ruins, nunca vem sozinha. O que sempre foi um mistério para mim.
Resta saber qual a causa e qual a consequência, assim como na questão do ovo ou da galinha. Se estamos bem e por isso as coisas boas nos acontecem ou se as coisas boas acontecem e aí ficamos bem…
Imagine um dia de inverno com ótimas perspectivas de bons acontecimentos. A felicidade está no ar e estamos nos sentindo “com sorte”. Aí, acaba a água quente no meio do banho… Até que é bom um banho frio, e nem está tão frio assim, só 5°C… Melhor acabar rapidinho para ajudar na preservação do planeta. Além do mais, água fria deixa os cabelos brilhosos!!
Agora, se fomos dormir com uma discussão mal acabada, o despertador não tocou, acordamos atrasados com um telefone infernal nos ouvidos, saímos correndo de casa de estômago vazio, trânsito e mais trânsito até o trabalho. Como se não bastasse, ficamos na fila assistindo os “espertinhos” passando pela direita… Em um dia desses, um chute com o dedinho em uma quina seria uma catástrofe! Imagina se acaba a água quente no meio do banho?? Pneumonia, no mínimo!!
Já que não tem como voltar de ré para a cama e começar tudo de novo (apesar de eu já ter sentido vontade de fazer isso inúmeras vezes), o que seria necessário fazer para romper a cadeia negativa quando algo ruim acontece?
A vida é sem ensaio… e temos que improvisar o tempo todo.
A questão é: nesse dia em que tudo estava dando errado, se algo bom nos acontecesse, seria percebido? Teria havido aquele chute doloroso se estivéssemos em um estado mental mais positivo? Será verdade que alegria chama mais alegria e vice-versa? Alguma escolha é possível?
Não sei… Mas acredito que nós só podemos perceber o que acreditamos que existe.

Este não é um daqueles textos com respostas prontas, como costuma acontecer nos livros de auto ajuda. Normalmente não tenho as respostas, só as perguntas… Compartilho minhas perguntas. Que tragam boas reflexões!

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Miragem, Alucinação e Idealização

Miragem é um fenômeno ótico muito comum em dias ensolarados, especialmente sobre rodovias e em paisagens desérticas. Trata-se de uma imagem causada pelo desvio da luz refletida pelo objeto, ou seja, é um fenômeno físico real (ilusão de ótica) e não deve ser confundido com alucinação. Alucinação é a percepção real de um objeto que não existe, ou seja, alucinações são percepções sem um estímulo externo.
E, ao falar de miragem e alucinação, podemos dar um passinho para o lado e falar de idealização. Idealização é o ato de projetar ou projetar-se de modo ideal, imaginar algo ou alguém de maneira perfeita: idealizar um personagem, um modelo. Idealizar é fantasiar, criar na imaginação.
Bom, essas são as definições dessas três palavras, segundo a Wikipédia e o dicionário online de português. Hehe.
Agora, a partir daqui, quem fala sou eu. Para conferirmos se algo é miragem ou alucinação, é necessário que haja uma aproximação ou afastamento do fenômeno. Por exemplo: quando nos aproximamos de uma miragem, ela some. Se esvai sob nossos incrédulos olhos, na maior cara de pau. E é isso. Confirmamos no mesmo instante que a natureza e a física dão um jeitinho de nos iludir. Faz parte e tá tudo certo.
Mas e a alucinação e a idealização?
A alucinação, eu acredito, necessita de afastamento para ser dizimada. Quando você se distancia, percebe o quão irreal ela é. O mesmo vale para a idealização. Afaste-se e você conseguirá enxergar a situação de fora e em sua totalidade. Você poderá direcionar seu olhar, buscando uma visão mais imparcial - aquela visão desvinculada de medos ou paixões (esses sentimentos que, por vezes, nos cegam). E por enfim, você desmonta - é obrigado a desmontar - o que você mesmo criou e idealizou tão bem. Em alguns casos, pode ser um processo demorado e sofrido, mas que traz grande aprendizado. E o melhor: é um processo libertador.

Você já idealizou alguém ou alguma situação a ponto de se prender a ela, de tal forma que te impedisse de ver que ela nunca foi ou existiu do jeito que você imaginou? É possível que sim.
Dica de hoje: aproxime-se ou afaste-se para enxergar melhor. Mude seu ponto de vista. :)

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Valor de Cada Momento

Muitas vezes me pego pensando no que aconteceu. Pode até ser um fato sem importância, mas tenho a mania de repassar várias vezes na cabeça, tentando entender e imaginando o que poderia ter sido diferente. Tenho um terrível efeito retardado, que me faz concluir depois o que eu deveria ter feito na hora, mas não faço.

O mesmo acontece com o futuro. Tentar prever o futuro é uma perda de tempo terrível. Além de uma probabilidade enorme de gerar frustração, sempre faz com que a realidade nunca consiga superar o que foi sonhado. Viver em sonho, coloca o objetivo de ser feliz em um local inalcançável. E ainda nos faz pensar que somos infelizes.

Aí, depois de algum tempo, olhamos para o passado com sabor de nostalgia e pensamos algo assim: mas como era bom aquele tempo!!

Por que o que está perto, acontecendo agora, não pode ser tão bom quanto o que já aconteceu ou aquilo que sonhamos que aconteça?  Será que nos falta um diretor? Alguém que nos assopre as falas,  as caras e as bocas? Alguém que não nos deixe perder o que está acontecendo naquela hora e que diga: viva isso agora!

Não sei… Mas o tempo que perdemos calculando tudo nos impede de viver cada momento.
E são eles: os momentos, as melhores coisas da vida! Um breve momento bom nos faz esquecer horas e horas de preocupação ou angústia.

O momento não pode ser medido em tempo, mas em intensidade. Quando lembramos de algo muito, mas muito legal que aconteceu, não calculamos quanto tempo durou, mas o sentimento de bem-estar que causou. Isso é o que fica.

Fomos acostumados a tomar decisões, escolher caminhos o tempo todo, como se isso fosse o suficiente para prever o resultado de tudo. Ou que nada pudesse acontecer fora da nossa previsão. Somos centralizadores e nos apropriamos de responsabilidades que não são nossas.
Talvez o grande desafio seja entender que não temos o leme nas mãos o tempo todo. Aceitar que, por mais que haja planejamento, algumas coisas simplesmente vão acontecer, independente da nossa vontade.

Exercício de fé na vida, por mais momentos de felicidade.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Umas dicas de filmes





Mato Sem Cachorro - pra rir de doer a barriga. Destaque, pasmem, pra personagem da Gabriela Duarte e seu diálogo com o protagonista, num buteco chinfrim, enquanto manda ver numas biritas! Tem também Bruno Gagliasso, Lendra Leal, Rafinha Bastos e Danilo Gentilli.



Burlesque - pra cantar e dançar.
Os shows são demais!
Melhor música: Express.











O Lado Bom da Vida - pelo conjunto da obra! Lições sobre amor, sinceridade e companheirismo, principalmente quando o outro mais precisa. E os atores são ótimos! Enfim: ótimo filme.