quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O Valor de Cada Momento

Muitas vezes me pego pensando no que aconteceu. Pode até ser um fato sem importância, mas tenho a mania de repassar várias vezes na cabeça, tentando entender e imaginando o que poderia ter sido diferente. Tenho um terrível efeito retardado, que me faz concluir depois o que eu deveria ter feito na hora, mas não faço.

O mesmo acontece com o futuro. Tentar prever o futuro é uma perda de tempo terrível. Além de uma probabilidade enorme de gerar frustração, sempre faz com que a realidade nunca consiga superar o que foi sonhado. Viver em sonho, coloca o objetivo de ser feliz em um local inalcançável. E ainda nos faz pensar que somos infelizes.

Aí, depois de algum tempo, olhamos para o passado com sabor de nostalgia e pensamos algo assim: mas como era bom aquele tempo!!

Por que o que está perto, acontecendo agora, não pode ser tão bom quanto o que já aconteceu ou aquilo que sonhamos que aconteça?  Será que nos falta um diretor? Alguém que nos assopre as falas,  as caras e as bocas? Alguém que não nos deixe perder o que está acontecendo naquela hora e que diga: viva isso agora!

Não sei… Mas o tempo que perdemos calculando tudo nos impede de viver cada momento.
E são eles: os momentos, as melhores coisas da vida! Um breve momento bom nos faz esquecer horas e horas de preocupação ou angústia.

O momento não pode ser medido em tempo, mas em intensidade. Quando lembramos de algo muito, mas muito legal que aconteceu, não calculamos quanto tempo durou, mas o sentimento de bem-estar que causou. Isso é o que fica.

Fomos acostumados a tomar decisões, escolher caminhos o tempo todo, como se isso fosse o suficiente para prever o resultado de tudo. Ou que nada pudesse acontecer fora da nossa previsão. Somos centralizadores e nos apropriamos de responsabilidades que não são nossas.
Talvez o grande desafio seja entender que não temos o leme nas mãos o tempo todo. Aceitar que, por mais que haja planejamento, algumas coisas simplesmente vão acontecer, independente da nossa vontade.

Exercício de fé na vida, por mais momentos de felicidade.

3 comentários:

Paula disse...

É o grande desafio da vida: Aceitação. O que não significa que não devemos lutar pelo que queremos e, sim, não se martirizar por algo que não podemos mudar.E ser grato pelo que a vida nos traz. Valorizar o presente.


"deixa a vida me levar, vida leva eu"
Pagodinho, Zeca.

(hahaha)

Adorei teu texto, Katia!

Camila disse...

Muito bom!!

Unknown disse...

"O momento não pode ser medido em tempo, mas em intensidade".
Nada é mais cultural do que trabalhar com a perspetiva passado, presente e futuro. A humanidade e os indivíduos sempre se constituiram assim. Ter a sabedoria de fazer a leitura dos acontecimentos imediatos exige esforço e mdisposição; não é nada fácil.
A felicidade, ao contrários do que muitos pensam, nao é uma busca e sim um encontro... e quando esse encontro acontece, nos tornamos plenos, vivemos a felicidade real.
Basta sentir e dizer a si mesmo: isso é a felicidade!!!
Lindo o teu texto minha linda.
Robson.