sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Ficar, Maquiavel, Freud e Cher

Outro dia estava refletindo sobre como pensamos, ou mais precisamente, como eu, Bolinha, penso em “como encarar uma ficada”. Existe uma ética na escolha? Levamos em conta a moral? É válido pensar em moral ao ficar com alguém? Existe algum limite? Ou isso atiça ainda mais nossos desejos?
Pensando nisso, me veio à cabeça, por incrível que parece um cara chamado Maquiavel, e seu livro O Príncipe. Pois é, o que um cara lá no renascimento tem a ver com uma ficada? Bom, vamos lá. Ultra, máster combo resumindo o que o Maquiavel diz é o seguinte, política nada tem a ver com a ética. Ele separou uma coisa da outra. Lá em mil quatrocentos e lá vem o zorro, o cara já dizia que a principal meta de um príncipe era a sua manutenção no poder. O resto é importante sim, mas a função principal é se dar bem no cargo. E para isso, faça se o que for necessário fazer, pois como disse o Regan “se um presidente faz, não é crime”. Então, nosso amigo italiano prestou esse grande favor à humanidade, e pensando nessa história liguei as duas coisas. E pra uma ficada, a gente separa a ética do ato de ficar com alguém, sim ou não?? Acho que isso é uma coisa bastante pessoal, e como não to aqui pra ficar em cima do muro, já vou tascando minha opinião, acho que fico com o Maquiavel. Muita gente coloca muitas coisas no caminho de um beijo. “Ai vai estragar a nossa amizade”, “Ai, não sei, prefiro que as coisas fiquem como estão, porque assim ta bom”, “Ai, mas ele já ficou com a Beltrana”. Cara, por Deus Nosso Senhor, pra que tanta cerimônia pra encostar uma boca na outra, trocar umas salivas e com sorte dar uma passadinha de mão na bunda?? Nada vai mudar. Nada de diferente vai acontecer. A não ser que um se apaixone, o que pode acontecer a qualquer hora, não vai dar merda, e a tua consciência não vai pesar mais do que já se pesa. Eu, particularmente, já fiquei com amigas, e já não fiquei com amigas, mas de verdade, por mim não mudava, ou não mudaria em absolutamente nada. Então por mim ok pegar amiga, ok dar uns amassos em ex, tudo certo em cobiçar a colega, porque na minha concepção ética não combina com o desejo, e quem disse que eles não podem ser concretizados? Então, aos diabos com a fazeção!
Falando nisso me lembrei dum outro camarada, o Freud, que dizia que existimos apenas para represar duas coisas o instinto a auto destruição e o desejo sexual. E meu amigo, quando a gente olha bem fundo para o desejo sexual, a coisa não é muito bonita. Então pra que ficar guardando monstro no porão? Passa uma maquiagem nele, e deixa ele fazer um pouco de festa por aí, assim ele fica tipo a Cher, alguém que é muito feio, mas que a gente já se acostumou e que de tão bizarra e tão montada, a gente já não estranha muito.

P.S.: Na verdade, na minha opinião, e acredito que na da maioria dos caras que eu conheço, existe uma ética primordial, uma regra não dita, mas utilizada. O tal do lance da “ Mulher de amigo meu...”. Cara, pior que é verdade. Na verdade, não é nem pra ter o desejo. Mulher de amigo perde o encanto feminino. Mulher de amigo peida e faz cocô. Mulher de amigo tem joanete. Caso ainda assim persista o desejo, reprima, sem dó nem piedade.

2 comentários:

Paula disse...

Ótimo post, seu Bolinha! O título ficou algo meio PC Siqueira, se me permite a comparação. hehe

Então, eu acho que a ética pode combinar, sim, com política. A ética pode combinar com o “ficar”. Na verdade, a ética pode, e deveria, combinar com tudo.
Eu nem sei muito de Freud, mas eu sei que os instintos de auto preservação e de preservação da espécie estão presentes e são os instintos que movem todos os seres vivos. O segundo, por ser mais importante pra natureza, pode suplantar o primeiro (o que, aí sim, leva à auto destruição). Mas isso não significa que o ser humano não possa controlar eticamente os seus instintos. Isso é o que nos diferencia dos outros animais. A ética! Não é que eu queira ser puritana nem coisa nenhuma, até porque eu acho mesmo que tem gente que cria empecilhos bobos mesmo e bibibi, e inclusive acho que tudo bem dar vazão aos instintos se essa também for a intenção do objeto desejado! Haha
Mas o ser humano ético tem condições de controlar os seus instintos pra não prejudicar os seus semelhantes (na política, na ficada, no sexo e no escambau). O Maquiavél, pra mim, parece um cara que procura justificar as suas sacanagens filosofando sobre a natureza humana. Essa história de que os fins justificam os meios não é defensável. Vide os homens bomba. Os caras estraçalham inocentes com essa justificativa, vejam que legal. Os meios não deveriam manchar os objetivos. Mas isso já é assunto pra outro post... até porque eu não li Maquiavel e posso estar sendo injusta com ele.

Julia disse...

Ótimo post. Bom questionamento. Concordo com a Paula quando ela diz que ética deveria combinar com tudo. Mas concordo também que as pessoas deveriam deixar de mimimi e frescurite. No fim, é aquilo néam... tem que deixar de frecura mas sem esquecer da filosofia de "mulher de amigo meu" ou "ex de amiga minha". Ou seja, larga de desculpinha esfarrapada e faz o que tá a fim, desde que esse a fim não prejudique os outros. Ou não também, sei lá. Vou ali pensar no assunto e já volto.