quinta-feira, 3 de maio de 2007

Golden Gate e Terremoto

Como sempre fazia nas sextas-feiras de manhã, Lulu foi ao trabalho de ônibus. Sinal com o braço. Ônibus parando. Bom dia! Roleta. Fones de ouvido. Paisagem urbana.
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(os três pontinhos vermelhos significam que um bom tempo passou, e tudo oq se passou nesse meio tempo não foi registrado na memória de Lulu)
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Lulu estava indo para a parada de ônibus no final da tarde. O sol já ia longe... quase mergulhava naquele Guaíba. Lulu tinha o seu destino: sua casa. Home sweet home. Que venha um ônibus novinho e vazio.
Pois bem... nenhum ônibus nesse "estilo" passou, e Lulu ficou a ver navios.
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VEJAM SÓ!!! Não é possível, pensou Lulu. Um ônibus da linha Otto passando aqui na Borges?! Esse ônibus nem passa por aqui... nem perto! Lulu, intrigada, resolveu embarcar naquele ônibus. Sabia que era suspeito. Mas embarcou, afinal ele passaria na esquina da sua casa e, o melhor, se Lulu por acaso dormisse no trajeto, o cobrador teria que acordá-la no final da linha... e, que beleza, o fim da linha ficava a uma quadra da casa de Lulu. Não teria problemas, poderia dormir se quisesse.
Ao entrar no ônibus, Lulu notou que todos os passageiros estavam calados, distraídos, olhando a cidade pela janela.
Que estranho! Cada lado do ônibus tinha três assentos, e não dois, como de costume. Lulu seguiu para o fundo do ônibus e sentou entre duas senhoras.
Lulu nem desconfiou que o ônibus poderia seguir outro trajeto que não fosse o pré-determinado... mas foi o que aconteceu.
Na parada seguinte, a avó de Lulu subiu no ônibus. Que coisa essa avó, nem viu a neta. Sentou logo na frente de Lulu... e o ônibus arrancou. Que loucura.
Aos poucos a paisagem foi mudando... e, de uma hora pra outra, TÓIN!, não era mais Porto Alegre...nem Brasil!
Então, sem mais nem menos, o motorista parou. Mandou todo mundo descer. Esse negócio de ficar dentro do ônibus já era.
Todo mundo pra fora. Chega disso aí.
Lulu desceu. Sua avó também. E ali, embasbacadas, ficaram mirando uma coisa estranha. Linhas de luz desenhavam no céu o que parecia ser aquela ponte de São Francisco, a Golden Gate (é esse o nome?). Mas não era uma só, eram várias golden gates no céu! E, pasmem, presos a uma dessas pontes, Lulu avistou pêndulos! Muitos pêndulos! E na ponta de cada um tinha um castelo medieval... em tamanho real. Os castelos, imensos, balançavam freneticamente pra lá e pra cá... até que um deles se desprendeu do suporte e caiu lá longe... bem pra lá... gerando um mega terremoto!!! DROOOUMMM Lulu olhou pra baixo e, quando se deu conta, estava olhando pro chão do pátio da sua casa. Pelo menos estava de volta a Porto Alegre. Hm.
A terra tremia e pequenas fissurinhas se transformavam em buracos enormes. De repente UMA VOZ FIASQUENTA:
Mantenha-se em movimento!!! A tia de Lulu gritava e apontava o indicador para o seu nariz. Mantenha-se em movimento! Mantenha-se em movimento!!! Lulu saiu saltitando sobre as enormes rachaduras que cada vez ficavam maiores. E foi aí que ela viu: sua gatinha Abigail tinha saído de casa! Que horror! Abigail, se liga, Abigail! Tá acontecendo o maior terremoto, não é hora de sair de casa (como se a casa estivesse livre dos tremores)! (...) Lulu correu e segurou sua gatinha no colo e correu para dentro de casa. E então, uma surpresa: um gato cinza, gorducho, peludo e bonitão desfilava pela sala. Lulu sentiu uma imensa vontade de agarrar aquele gatinho e esmagá-lo com todas as suas forças. Queria apertar até os olhinhos saltarem fora! Então, quando ela já estava chegando perto, um cara alto vestindo roupas fashion agarrou o gato antes. O gato era dele! E ele era o amigo gay da mãe de Lulu. Aff... Lulu não se deu por vencida e se atracou no gatinho cinza. O amigo fashion, por sua vez, segurou o gato firme em seu colo! Lulu puxava de um lado e o amigo fashion de outro lado. Pobre gato.

Então, Lulu acordou.


Um comentário:

O Primo Distante disse...

Olha, como a lulu tem sonhos esquisitos. É a nossa Alice.